A liberdade de expressão é conquista recente na história da Humanidade.
Não vão longe os tempos onde expressar o pensamento podia ter como consequência a condenação à morte.
Hoje, porém, cada vez mais ganham espaço as conquistas da liberdade de refletir e de expor as ideias.
Cabe a cada um de nós entender que pensamos de maneira diferente porque temos valores, conceitos e visão de mundo muito próprios.
E, na medida que respeitamos o próximo, podemos rogar para nós esse mesmo respeito.
Nesses termos, cabe-nos perguntar: Qual seria a melhor religião para alguém?
Certamente, a resposta não é única.
Na diversidade de pensar e agir em que mergulha a Humanidade, poderíamos eleger uma religião como a melhor?
Certamente, se nos fosse imposta uma religião com a qual não concordamos, que não aceitamos, não nos iríamos sentir confortáveis.
Isso acontece com qualquer pessoa para a qual insistirmos em impor nossa crença.
A melhor religião deve ser aquela que nos transforma em pessoas de bem, corretas, seres humanos melhores.
Portanto, a respeito desse assunto cabe a cada um optar, a mais ninguém.
Será somente nesse entendimento entre a criatura e Deus que se poderá escolher a melhor forma de chegar até Ele.
Toda doutrina ou religião que conduza o homem ao bem, deve ser digna de respeito.
Isso porque, quando se trata das coisas de Deus, o importante não é o caminho que tomamos, mas sim, a direção para a qual caminhamos.
E são muitos os entendimentos e as expressões que nos conduzem ao Pai.
Nesses termos, infrutífera, quando não desrespeitosa, qualquer imposição de crença a outrem.
Para alguns, Deus está na natureza. Para outros, a convivência está dentro do Seu templo. E tantos O cultivam na intimidade do coração. Uns O têm como Pai Amoroso. Outros, talvez O percebam mais como um Pai Severo.
Alguns se atêm fervorosos às suas crenças religiosas. Outros preferem viver a seu modo a sua relação com Deus.
Para o Criador do Universo, o importante não é o que sai da boca, dos gestos, ou onde isso é feito.
Para o Pai Maior, o grande significado está naquilo que se passa no coração.
Dessa forma, há que respeitar-se toda e qualquer crença, quando nos conduz e nos faz bem.
Afinal, Deus, acima disso tudo, entende que nós, Seus filhos, ainda estamos tateando, dando os primeiros passos, na busca de entender a Sua grandiosidade e bondade.
Redação do Momento Espírita.
Em 6.6.2015.
Vida religiosa
Religião significa religamento, religar, reunir a alma ao seu Criador. Esse é o sentido de religião que vem do latim religare.
A vida religiosa decorre desse sentimento religioso.
Dessa forma, não somos religiosos porque frequentamos um templo religioso ou porque tenhamos um rótulo de religião.
Tampouco porque pratiquemos esse ou aquele ritual no campo da crença.
Somos religiosos pelo estilo de vida que levamos na Terra.
Por isso, muito importante verificar como é a nossa vida religiosa.
Será que a nossa religião nos leva a vivenciar no dia a dia, as coisas mais importantes para a nossa vida na Terra?
A vivência religiosa é um modus operandi, é um modo de ser diante da existência.
Existem indivíduos que se afirmam materialistas, ateístas mas vivem com determinada dignidade, numa linha de respeito ao semelhante, de amor ao próximo, de respeito às leis que, certamente, podemos garantir que eles têm uma vida religiosa de alto nível.
São materialistas mas não usurpam nada de ninguém. São incapazes de tripudiar sobre a ignorância ou a necessidade alheia.
Isso quer dizer que vivência religiosa, em essência, nada tem a ver com o ritual externo que chamamos de crença.
Essa vivência, para ser realmente religiosa, tem que se desenvolver de tal modo que nos conduza à religação com Deus, à ligação de novo com o Criador.
Deve nos levar à maturidade. Exige de nós reflexão e essa reflexão vai nos ajudando no processo do amadurecimento.
A vida religiosa deixa de ser a vida do templo e passa a ser a vida na vida, a nossa incorporação às leis de Deus, nosso ajustamento à vida da sociedade, cumprindo as leis, cumprindo os nossos deveres, pagando nossos impostos, na certeza de que a religião existe para nos ensinar a viver no mundo.
Então, temos responsabilidades com tudo quanto dizemos, fazemos, brincamos, sorrimos, com tudo quanto cantamos, com tudo quanto gozamos.
A vida religiosa é esse mundo interno que abrimos para o mundo externo.
Lembremos Jesus Cristo que estabeleceu que a boca fala daquilo que está cheio o coração.
Redação do Momento Espírita, com base no Programa Televisivo Vida e Valores – Vida religiosa, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Tolerância é caminho de paz
Como anda nossa tolerância?
Temos dificuldade em aceitar quem pense diferente de nós?
Temos dificuldade para suportar quem saiba menos, ou quem pareça ser menos inteligente?
Precisamos falar sobre essa virtude que é o mínimo necessário para uma convivência saudável, sem tantos atritos e desencontros.
Tolerar é aceitar o que poderia ser condenado, é deixar fazer o que se poderia impedir ou combater.
Portanto, é renunciar a uma parte de seu poder, de sua força, de sua cólera… Assim, toleramos os caprichos de uma criança ou as posições de um adversário.
A tolerância tem a ver com a humildade, ou antes, dela decorre.
De acordo com Voltaire: “Devemos tolerar-nos mutuamente, porque somos todos fracos, inconsequentes, sujeitos à mutabilidade, ao erro. ”
Humildade e misericórdia andam juntas, e esse conjunto, no que se refere ao pensamento, conduz à tolerância.
“Esperando o belo dia em que a tolerância se incline ao amor”, conclui Jankélévitch.
Tolerar – por menos exaltante que seja esta palavra – é uma solução à espera de que os homens possam se amar, ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.
É pequena virtude, mas indispensável. É apenas um começo, mas o é.”
Tolerância é caminho de paz.
Não julguemos esse ou aquele companheiro ignorante ou desinformado, porquanto, se aprendemos a ouvir, já sabemos compreender.
Diante de criaturas que nos enderecem qualquer agressão, conversemos com naturalidade, sem palavras de revide que possam desapontar o interlocutor.
Perante qualquer ofensa, não percamos o sorriso fraternal e articulemos alguma frase, capaz de devolver o ofensor à tranquilidade.
Nos empecilhos da existência, toleremos os obstáculos sem rebeldia e eles se farão facilmente removíveis.
No serviço profissional, suportemos com paciência o colega difícil, e, aos poucos, em nos observando a calma e a prudência, ele mesmo transformará para melhor as próprias disposições.
Em família, toleremos os parentes menos simpáticos e, com os nossos exemplos de abnegação, conquistaremos de todos eles a bênção da simpatia.
Trabalhemos em nós essa virtude.
– Bombeiros que trabalham com afinco, por horas ininterruptas em escombros para finalmente salvar uma vida.
-Missionários que dedicam a vida inteira a levar atendimento médico a lugares longínquos e desassistidos
– Ecologistas que travam uma luta desigual com grandes poderosos, para salvar a vida de alguma espécie da extinção
– Cientistas que buscam a vacina incansavelmente
– Visionários que projetam novas máquinas que servem à humanidade
– Pacificadores
– Pais que transpiram no trabalho de educação e ensino de valores aos seus filhos
– Enfermeiros que cuidam de doentes com extrema dedicação, mesmo que lhes sejam estranhos ou até ingratos
– Trabalhadores honestos
– Voluntários que se entregam em tarefas de solidariedade apenas com a vontade de colaborar e servir
Que religião possuem?
Pouco importa… porque religião não é o que dizemos, religião é o que fazemos.
Nossa vida religiosa é uma realidade interna do ser. É uma verdade que se passa portas adentro de nossa alma.
E a exteriorizamos de diversas formas, mas que na verdade pouco importam as formas. Jesus assinalou que a boca fala daquilo que está cheio o coração, daquilo que a alma se preenche. Isso nos diz, sem sombra de dúvidas, que é muito importante que a religião seja um gesto, um ato, uma ação, muito mais do que palavras.
Sejamos tolerantes nas pequenas coisas, atualmente é muito fácil disseminar as opiniões, a tecnologia permite que nos comuniquemos cada vez mais, com uma quantidade sempre maior de pessoas e estamos expostos às opiniões de muitas pessoas.
Esses dias de convívio de ideias cada vez mais intenso e frequente, são também dias de convite a fomentarmos a tolerância.
Sem ela, a guerra se faz, as disputas se acirram, as famílias se dividem, as amizades se desfazem.
Ser tolerante com o pensar do outro não nos obriga a aceitar o que ele pensa.
Ser tolerante é ter o entendimento que ninguém é obrigado a pensar e agir como fazemos.
Cada um de nós traz os seus valores, seus conceitos, sua visão de mundo.
Assim escolhemos nossa postura política, nossa religião, nossos valores.
Devemos pensar duas vezes antes de nos irritarmos com as visões diferentes da nossa.
A irritação, a intolerância, fazem com que provoquemos males ainda maiores na sociedade em que vivemos.
São os pequenos desentendimentos que geram os grandes conflitos da Humanidade.
Ter tolerância é ter paciência e saber entender os problemas alheios.
É indispensável não entrar em área de atrito, quando puder contornar o mal aparente a favor do bem real.
Perdoe as ofensas e tente entender os problemas alheios sem julgá-los preconceituosamente.
Faça aos outros o que gostaria que fizessem para você.
Seja uma pessoa amistosa para com todos.
Contribua sempre com um pouco de amor para vencer o mal do mundo.
A tolerância é caridade em começo.