Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo.
O corpo é uma obra-prima de Deus, resultado de bilhões de anos de evolução. É a expressão máxima da natureza neste planeta, que nos faz pensar, planejar, inventar, realizar coisas tão incríveis.
Então, nossa primeira preocupação é sobre a saúde do nosso corpo, os cuidados que temos com a nossa casa íntima.
Saúde não é apenas ausência de doenças, é estarmos bem conosco mesmos. Estarmos confortáveis onde habitamos e não estarmos sofrendo de sintomas desagradáveis advindos de desequilíbrios. E a busca da saúde também é a busca da felicidade.
Não é seu médico, seu nutricionista ou seu psicólogo, os responsáveis pela sua saúde. Você é o único responsável pela sua saúde.
Vamos cuidar da nossa casa porque ela será nossa o tempo todo, não poderemos trocá-la. E se ela não estiver saudável, dificilmente seremos felizes. Escolhamos amar o nosso corpo.
Você está matriculado numa escola informal de tempo integral chamada Vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou considerá-las idiotas e irrelevantes.
Cada novo dia é um presente de Deus para aprendermos. Milhares de oportunidades passarão a nossa frente como uma matéria da escola. O objetivo da Providência Divina com isto é que aprendamos, porque fomos criados simples e ignorantes e através do nosso esforço vamos conquistando sabedoria e avançando.
Todos os dias quando acordamos, lá está, à nossa frente, uma caixa de presentes enviada por Deus, especialmente para nós: um dia inteirinho para usarmos da melhor forma possível!
Às vezes ele vem cheio de problemas, coisas que não conseguimos resolver, tristezas, decepções, lágrimas. Mas outras vezes, ele vem cheio de surpresas boas, alegrias, vitórias e conquistas.
Nem sempre Ele nos manda o que esperamos, o que queremos. Mas Ele sempre, sempre e sempre, nos manda o melhor, o de que precisamos, e que é sempre muito mais do que merecemos.
Escolhamos amar as lições que aprendemos.
O crescimento é um processo de ensaio e erro, de experimentação. Os experimentos “mal sucedidos” são parte do processo, assim como experimentos que, em última análise, funcionam.
Se ficarmos na inércia perante as oportunidades que a vida nos apresenta, não avançaremos. Precisamos experimentar. Se ao final do projeto percebemos que não deu certo, devemos olhar como aprendizados.
Mesmo que eu gaste 100 tentativas para acertar e mesmo assim não consegui, pelo menos já sei de 100 maneiras que não funcionam.
Mesmo que alguma experiência não tenha tido resultado satisfatório e possa parecer um erro, sempre alguma lição ficou.
Ela será apresentada a você sob várias formas. Quando você a tiver aprendido, passará para a próxima.
Assim como o aluno que precisa repetir a disciplina não aprendida. Nossa vida também é assim. O importante é nos motivarmos para a cada dia tentar novamente.
Nossa própria existência é marcada com repetições, que são as encarnações que precisamos fazer até aprendermos.
O objetivo do espírito, criado “simples e ignorante” por Deus, é chegar à perfeição.
Esse objetivo, que é a perfeição, não poderia se realizar em uma única existência, por mais longa e produtiva que ela seja.
O que não se puder fazer numa existência, se fará em outra. É assim que ninguém escapa à lei do progresso, em que cada um será recompensado segundo seu mérito real, e ninguém será excluído da felicidade suprema.
Vamos repetindo cada lição até ser aprendida, gravada em nosso ser.
Não há nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas.
Mesmo que a gente conquiste uma virtude, que através de nossos esforços consigamos aprendê-las e gravá-la em nosso ser. Ainda assim teremos muitas outras para desenvolver.
O processo de aprendizado é infinito. Mesmo em mundo espirituais avançados e felizes, seus habitantes não prescindem de muito estudo.
Você simplesmente terá um outro ‘lá’ que novamente parecerá melhor que ‘aqui’.
Devemos ser felizes e fazer a caridade enquanto estivermos no caminho. Não devemos esperar o “lá” chegar.
É praticamente uma característica do ser humano ainda tão imperfeito achar que os outros são mais felizes do que nós ou que somente quando morrermos teremos um lugar melhor.
Por isso que a conquista da felicidade passa obrigatoriamente pela conquista do “Nos conhecermos” realmente, sabermos quais são nossas reais necessidades, nossos defeitos, nossas virtudes. Tentarmos descobrir: quem sou? de onde venho? para onde irei? e porque estou aqui?
A felicidade tem uma conotação diferente para cada criatura, de acordo com o nível intelectual de cada um. Lamentavelmente, não se sabe o que é felicidade por estarmos, nós seres humanos, vinculados ao material. Não se conseguiu, ainda, um conceito claro sobre felicidade. Se perguntarmos o conceito de felicidade, teríamos respostas variadas, de acordo com as necessidades de cada um. Mas, pelo menos teremos que ter algumas respostas neste sentido. É preocupante o fato de as pessoas não pararem para refletir, conhecerem seu íntimo, estabelecerem o que seja a felicidade para si.
Como já disse nosso querido amigo, Divaldo Pereira Franco: “O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana”, ou seja, o nosso grande desafio somos nós mesmos, nosso íntimo, nosso autoconhecimento.
E nós? Será que estamos condicionando nossa felicidade a algum acontecimento? a algum bem material, a alguma pessoa? Será esse o caminho da felicidade? Certamente, não.
A felicidade não está fora de nós. Ela é, antes de tudo, um estado de espírito, uma maneira de ver a vida e não a um determinado acontecimento. Ser feliz é uma atitude comportamental frente a execução da tarefa que viemos desempenhar na Terra.
Temos que lembrar que a vida não é um problema, é um desafio. Ela nos apresenta oportunidades de crescimento, notadamente nos setores que mais necessitamos. Por detrás dos problemas existem lições, desafios, tarefas. E grande ventura tomará conta de nós quando vencermos os obstáculos que a vida nos apresenta.
Lembremo-nos da felicidade de Francisco de Assis, conquistada na humildade, na pobreza e no serviço ao próximo. O santo da humildade era moço rico, mas vivia amargurado na riqueza que possuía. Só encontrou a paz depois que se entregou à riqueza do espírito. Não nos esqueçamos de que Paulo de Tarso, que na condição do poderoso Saulo era infeliz, mas voltou a viver após o célebre encontro com Jesus na Estrada de Damasco. Paulo perdeu o poder temporal, mas encontrou a felicidade pessoal. Gandhi encontrou a sua felicidade na luta pela paz. Madre Tereza e Irmã Dulce, apesar dos inúmeros padecimentos que sofreram, conseguiram encontrar a felicidade na felicidade que podiam proporcionar ao desvalidos do caminho. Como esquecer a permanente alegria de Chico Xavier? E olhem, que problemas na vida não lhe faltaram.
Então, amigos, a alegria de viver deve ser uma norma de conduta natural em todos, mesmo quando não se exteriorizam conforme desejaríamos. Vicente de Carvalho considerou que a felicidade existe, mas é difícil de ser alcançada, porque está sempre onde a pomos e nunca a pomos onde estamos.
Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo.
É comum enxergarmos muitos defeitos nos outros. Geralmente aqueles que mais nos incomodam são justamente os que ainda não nos desvincilhamos.
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos.
Você tem todas as ferramentas e recursos de que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua.
Somos dotados de racionalidade e livre arbítrio, a capacidade de pensar e escolher, podemos estacionar ou nos transviar. Depende de nós.
O progresso e a elevação dependem unicamente de nosso trabalho.
Há uma correlação estreita entre nossos atos e nosso destino. Sofremos em nós mesmos, o contragolpe de nossas ações.
Nossa atividade, é criadora de ações boas e más, que recairão sobre nós no futuro. O homem constrói seu próprio porvir.
A liberdade de pensamento e ação que possuímos é uma dádiva, mas também uma responsabilidade. Como nosso livre arbítrio fazemos da nossa vida o que quisermos. Semearemos conforme quisermos. No entanto, todos sabemos que das nossas escolhas resultará nosso futuro.
Você só precisa olhar, ouvir e confiar.
A frase “Conhece-te a ti mesmo” que foi colocada no templo de Apolo, em Delfos, varou os séculos com a finalidade de alertar os homens para a necessidade do autoconhecimento. Os filósofos gregos acreditavam que o objetivo mais elevado do ser humano era conhecer a si próprio. Era saber sua origem, quem ele era e para onde iria. Os estudos do “quem eu sou”, “de onde eu vim” e “para onde eu vou” eram os pilares dos estudos de Sócrates, o Pai da Filosofia.
Aí nós temos que Allan Kardec questiona aos espíritos qual o meio mais prático e mais eficaz para o homem melhorar sua vida (questão 919). A resposta veio concisa e eloqüente: “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: ”Conhece-te a ti mesmo””. Ou seja, o meio mais prático e eficaz para o homem se melhorar é o autoconhecimento, isto é, ele se conhecer profundamente, saber quem ele é e quais suas obrigações consigo mesmo e com a sociedade onde labora.
E como vou me conhecer profundamente?
Ao fim do dia, interrogar nossa consciência, tudo o que foi feito, e perguntar se não faltou algum dever, se ninguém tinha nada a se lamentar de mim. Assim começamos a descobrir o que há para reformar dentro de nós. Questionar-nos o que fizemos e com qual objetivo agimos; se fizemos alguma coisa que censuramos nos outros; se fizemos alguma coisa que nos envergonhe. Perguntemo-nos ainda: se aprouvesse a Deus me chamar nesse momento, reentrando no mundo dos espíritos, onde nada é oculto, eu teria o que temer diante de alguém?
As respostas serão um repouso, para vossa consciência ou a indicação de um mal que é preciso curar.
O esquecimento na reencarnação é uma anestesia de Deus para a cirurgia da vida. Esquecemos nosso passado por vezes turbulento para que possamos recomeçar sem saber, de antemão, nossos algozes do passado, nossos “inimigos” que frequentemente reencarnam próximos a nós, no círculo familiar. E esta proximidade é imposta pela Providencia Divina justamente para termos a grande oportunidade de redenção. Nos redimirmos com os que magoamos e perdoarmos os que nos magoaram, quebrando o círculo vicioso de maldade de outrora.
No entanto, mesmo com este véu do esquecimento sobre nossa consciência, teremos sintonias imediatas com os que nos foram queridos em outas eras e antipatias imediatas com quem nos foi rude. Aí residem as lembranças do passado. Precisamos estar atentos e nos esforçarmos para valorizar as chances de redenção.